quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Quero dar o meu testemunho

Quero dar o meu testemunho...

Passei por muitas situações terríveis em minha vida, onde a morte era certa não conseguia ver uma saída. Mas como sempre meu querido e amado Deus provou seu amor por mim.
Numa dessas vezes, é a que segue nessa gravação, gerada em rede nacional pela Radio Novo Tempo em Jacareí, SP. Historia contada no programa Novo Tempo Hoje com a apresentação de ELIAS TEIXEIRA (com sua linda voz) de Segunda a Sexta-feira das 05:00 as 07:00 horas da manha no quadro “ Aconteceu na minha Vida”.
Ouçam:

Musicas cantada pela Cantora Suely Rangel.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Poesias... Varias

Encontro
Me console, me aninhe em seu peito
 Entrelace suas mãos nas minhas
Me abrigue com seu hálito de vida
E com seu corpo, vem me dar guarida.

Ilusão em mim, á muito jaz inerte,
Desmaiada está por golpes tantos,
Rasgue o véu, desvende seu rosto,
Para que eu reviva, com seus encantos.

Anseio por seus contornos que desconheço
Me ilumine com o seu sorriso errante,
Me aqueça com a luz do seu olhar,
E iniciemos juntos, um novo caminhar.

Para trás ficará toda dor
Felizes sem sofrer, sem sentir rancor
Vamos seguir juntos, sem temer o mal,
Para esta que será, nossa caminhada final.


Voar

Ah! Quisera voar livre
Livre e  feliz como os pássaros
A dançar o seu lindo balé
Na imensidão do espaço

Voar sem barreiras, sem fronteiras
Sem destino definido
Sem magoas, dores ou rancores
Sem nada pensar... só voar

Voar ao sabor do vento
Nas árvores buscar o alimento
O abrigo para descansar um momento
Talvez... até pernoitar

Voe passarinho, mas fique atento
Espere o homem, se descuidar um momento
Pois só assim, você vai se livrar
Das gaiolas que ele inventou
Pra te aprisionar.

Solidão

Mansamente a noite chegou
Tragando toda luz findando o dia
Trazendo fantasmas, de um passado recente
Que pululam ao meu redor
Quebrando a letargia.

Os olhos frios, parados, sem nada atinar
Fixos num ponto escuro no infinito
Pensamentos antagónicos vêem me abismar
Fazendo manar lágrimas
Que molham meu rosto vazio.

Vazio de vida, vazio de amor
Os pensamentos se perdendo no nada
O rosto marcado, num esgar de dor.

E essa solidão, dor doída
Que é tão intensa tão imensa e que cala,
Que chega sem prévio aviso
E sem nenhum pudor, se instala
Tal qual ladrão, se apossa da vida.

Caminhos

Nas veredas desta vida árida
Amealhei conhecimentos em mim aflorados
Vivenciei o bem e o mal, vorazmente
Tranquei tudo no armazém de memória.

Seguindo ao sabor do acaso
Nunca tracei meta nem determinei direção.
Desavisada por vezes trafeguei na contramão,
Provoquei e sofri acidentes no longo percurso.

Tantas vezes tive que postergar meus sonhos
Engolir as lágrimas, calar a voz
Impontente para lutar, vejo  volatizar a vida
Só me resta agora amortalhar e esperar a Paz.

Mutação

As formas do corpo
Não são as mesma
Os traços do rosto
Começam a se modificar
É imenso o espanto ao constatar
Que as marcas do tempo
Já começaram a se instalar
Inexoravelmente...
Em meio a uma multiplicidade de sentimentos
É chegada a hora crucial
Há que se pensar e repensar em tudo
Exorcizar o medo, tomar uma decisão  
Emergir das cinzas que a vida se fez
Deixar de ser um expectador passivo
Assistindo a vida passar através da janela.
Basta lembrar que este mesmo caminho
Todos terão que percorrer
Ricos, Pobres, Brancos e Negros.
Que não é um fenômeno isolado
Que acontece, só com você.
Necessário  se faz, se conformar e modificar
Deixar para traz, esta vida de 2º mão
Encontrar urgente uma motivação
Para o resto de vida
Que te resta viver.

Minha mãe

Uma mulher ainda bonita
Elegante, na sua simplicidade
Muito alegre, simpática e falante
Com seu jeito frágil, ela é forte.

Quer viver, pois ama a vida
Lutou muito, sofreu, é verdade
O que mais admiro nele
É que ainda conserva a jovialidade

Quando preciso está presente
Mandar em todos é o seu  jeito?
Mas afinal quem de nós é perfeito?



Novo momento
 De que vale uma linda canção
Feita para alegrar, banir o medo
Se só serve para enganar, ilusão
Mensagem de falsa euforia, solidão!

Quero ouvir o som de vento
Som real, natural, puro e verdadeiro.
Quero trabalhar, ser útil, ganhar meu sustento,
Deixar de ser nada, viver e sorrir por este momento!

Quero reativar minha vida
Me embrenhar pela nova estrada
Seguir viagem, corpo ereto, cabeça erguida
Me embebedar do néctar puro
Com sabor de vitoria, tão almejada!

Plantação

No grande e fértil terreno da vida
Fui pródiga, diversifiquei o plantio
Espalhei sementes de generosidade e ajuda
Plantei mudas de sacrifícios e amor.

Retirei toda erva daninha
Carinhosamente, adubava e regava
Dia após dia, meu olhar tudo ameigava
Que bela plantação, será a minha!

Com certeza, fui os frutos colher
No momento em que vi a fome chegar
Desolada, decepcionada, examino o pomar
Nada germinou, o que fez tudo morrer?

Casa do vizinho
Ao olhar para a casa do lado
Me espanto ao deparar
Com duas mocinhas, a adolescer
Incrível como o tempo passou
E eu a sonhar, deixei de perceber.

Olhei, e de novo tornei a olhar
Mas como é possível, se ontem
Vi neste mesmo lugar
Duas graciosas garotinhas brincando
Cantigas de rodas a cantar.

Pensamentos
A morte é indolor
O que dói nela é o nada
Que a vida transforma o amor.

Quando mais eu conheço o bicho-homem
E do que ele é capaz
Mais eu respeito e amo os animais.

Meu caminho não é novo
O que existe de novo, enfim
É meu novo jeito de caminhar

O pior dos defeitos,é a ingratidão
Que despreza e apedreja hoje, quem nos beneficiou ontem.

Seja como os lírios
Que mesmo nascendo no lodo
Jamais perdem a pureza.

Grito

Como poderei de novo sonhar
Se me sinto atada e amordaçada
Se nem posso realizar desejos
Impedida estou, de sair desse lugar.

Grito por socorro, ninguém me escuta
Uma mão de ferro me esmaga o peito
Alguém, por Deus ouça meu grito e responda
Querer voltar a cantar, é algum defeito?

Sem trabalhar me sinto morrer
Na mesmice, na rotina da falta de ocupação
Sem cantar não tenho porque viver
É como ter um corpo, sem ter coração.

Quando gatinhos

Naquela outonal tarde de abril
Alguém os colocou no meu portão
Com certeza, sabendo de antemão 
Que comigo, eles estariam seguros.

E os acolhi, com jeito e carinho
Eram quatro lindos gatinhos
Pobres órfãos assustados e famintos
E ainda assim, plenos de uma graça comovente.

Após alimentá-los, ameiguei-os um a um
Cansados e fragilizados pela grande aventura
Saciados em sua fome, de alimento e amor
Meus pequenos hóspedes, vencidos, hibernaram.

Venci

Venci...
As necessidades que provem do desemprego
    Com a esperança no raiar de um novo dia.

Venci...
A solidão que arrebata a vida
Com a presença brejeira dos meus animais

Venci...
A carência do saber, do querer aprender
Abrindo todos os livros, que pudesse ler

Venci...
A saudade de ouvir minha voz a cantar
Com som de outras vozes, no radio a tocar

Venci...
O desamor, que abrutalha a alma
Crendo no amor plácido e prodigioso de Deus.

Venci...
O inimigo que vem me espoliar
Com sentidos em alerta, para o golpe evitar.

Venci...
A mentira, com todos seus ardis
Com a prudência, que aflora da calma

Venci...
A saudade do meu passado
Com os sonhos da noite, onde tudo e retomado.

Venci...
A fome que vem me agourar
 Com o pão que o diabo amassou , e que ninguém quis provar.

Desamor

A boca se cala contrita
O peito se aperta estertor
Vida seca, qual campo após a queimada
Vida ressequida, sem vida, sem amor.

Naufraga na penúltima viagem
A se debater por um porto seguro
A contemplar a mudez das estatuas
Jaz por inteiro, no chão sua imagem.

O amor sorrateiro se esgueirou nas sombras,
Galopando a tempestade, rapidamente fugiu,
Carregando toda vida, em sua bagagem
Deixando prostrada a esperança, sumiu.

Por tanto desamor, o silencio se faz,
Nos longos de pseudo-existencia,
Pesado se torna o fardo de cada dia,
Que arrasto qual cruz, em grande penitencia.

Magia

Queria ver a manha nascer,
Deitada na relva do campo.
Rolar feliz, feito criança,
No verde aveludado, macio.
Corpo e alma desnudados,
Recebendo o bafejar dos raios de sol.

Respirar o ar perfumado das flores.
Beber o orvalho que a noite,
Docemente depositou nas folhas
Saciar a sede.
Afugentar o mal .

Penetrar no âmago de tudo, e me embriagar .
Pacificamente dividir o mágico espaço,
Com os animais e pássaros.
Colher a fruta madura, beber o mel.
Eternizar este momento, e assim ficar
Cara a cara com a vida!

Tenha esperança

Bendito seja, o dia que chega
Envolto em luz, bálsamo para a alma,
Sorrindo vem o sol, aquecer meu corpo,
E parece dizer baixinho, se acalma!

Jamais abandone seus sonhos  
Nunca se entregue, lute, viva,
Só assim conseguirá, o que persegue,
Pegue o leme,não deixe o barco à deriva


Faça um novo mapa, trace uma direção
Quebre os grilhões, salte as barreiras,
Corte as amarras, segue o caminho,
Com coragem vá em frente, obedeça o seu coração.

Pensamento

Me despojei dos sonhos,
Pois já não consigo sonhar,
Luto cada dia hora e minuto,
Contra os fantasmas, que vêem me abismar.

Tento esquecer o passado tento,
Batalhas comigo mesma, travo,
Nos cantos e recantos da casa,
Choro lastimo blasfemo ao vento.

E o vento passa lépido, sem escutar,
Ergo os braços, e grito em súbito clamor
Meu Deus urge teu socorro, não vês?
Que vivo alquebrada, por tanto desamor?

Genuflexa eis-me aqui afinal,
A suplicar bálsamo, para minhas feridas,
Oh, Deus como é possível, alguém pagar
Todo bem recebido, com um golpe mortal.

Tarde de chuva

Tarde de chuva
Chuva fininha, que cai sem parar
Da terra molhada um agradável aroma, espalha no ar.

Tudo se torna silente
A vida parece esperar um tempo
Só se ouve o som da chuva
Qual acalanto, pairando no ar.

Pássaros e animais procuram abrigo
Quietos e respeitosos a esperar
Árvores felizes, com suas folhas
Balançando no ritmo do vento
Num sinal claro, de agradecimento.

Uma melancolia, insiste,
Em invadir meu ser.
Um aroma de algo perdido no tempo
Extravasa no ar.
E eu, sem conseguir conter
Esta vontade imensa,
De estar não sei onde
Esta saudade, inexplicável
De não sei o que!


Plantação

 No grande e fértil terreno da vida
Fui pródiga, diversifiquei o plantio
Espalhei sementes de generosidade e ajuda
Plantei mudas de sacrifício e amor.

Retirei toda erva daninha
Carinhosamente, adubava e regava
Dia após dia, meu olhar tudo ameigava
Que bela plantação, será a minha!

Com certeza, fui os frutos colher
No momento em que vi,  a fome chegar
Desolada, decepcionada, examino o pomar
Nada germinou, o que fez tudo morrer?

Cadê tempo?

Você, que só tem tempo
            Pra juntar riquezas
Que só encontra tempo
            Prá cuidar de si
Que humilha e pisam-nos outros
            Todo tempo
Pensando o tempo todo
             Como ganhar mais, em pouco tempo

Pobre de ti
              Que a tanto tempo, não vê o sol nascer
Nunca há
               Tempo a perder
Não parou um tempo
               Prá ver a flor nascer
Haverá na sua agenda
                Tempo prá viver?


Apenas lembranças

Cedo ou tarde, estarei morta,
Como o vento, vindo do sul passarei,
E o que me deu meu tempo?
Tristeza, aflição, medo bem sei.

Ainda ontem eu era criança,
O tempo passou, não desvendei o segredo,
Persiste em mim, o mesmo grande medo,
Do dia em que serei, apenas lembrança.

Que seja uma doce lembrança,
Que tenha uma feição mortal,
Me bendiga, se meu bem em ti ecoa,
Me perdoa, se por acaso, te fiz mal.


Ritual

 Já dizia o poeta em seus versos,
Que para perpetuar sua passagem
Se tornar imortal, após a morte,
Três coisas deveriam ser feitas.
Plantar uma árvore, escrever um livro e dar luz á vida.

Ah! Poeta, mude este ritual, imploro
Pobre de mim, que choro
Pois árvore não plantei
Livros jamais escrevi
E nenhuma vida gerei.

Lamento Pra “Chaminho”

E ali estava ele, os olhinhos assustados
Meu pobre querido, infeliz “Chaminho”
Meu lindo e amado gatinho
Vitima inocente, da minha insanidade.

Ele veio tão feliz viver comigo
Sem  saber que quase louca, em crise intensa
Raiva  contida, por esta vida bandida
Num  desses momentos, o agredi e o lesei.
Irreversivelmente.

Maldigo este dia, querido “ Chaminho”
Em que te privei do caminhar
O remorso, me consome, me sufoca
Enquanto em mim, vida restar.


Eis aqui

Eis aqui uma mulher,
Que aos poucos, vai juntando pedaços,
Fragmentos de vida
Espalhados pelo tempo, aqui e ali,
Que ela quer de novo unir.
E quando coesos, renascer das cinzas,
Reviver e voltar a dizer:
Eis aqui uma mulher!

Eis aqui uma mulher,
Que após emergir do nada,
Que sua vida de fez,
Vai cantando o amanhã.
Porque depois de muito sofrer, sabe agora,
Que a noite, não é eterna.
E que apesar, dos pesares de hoje,
O sol voltará a brilhar,
Quando o novo dia raiar,
Amanhã!

Autora : Marlene Rangel